“Vou me fantasiar de Randolfe para poder falar”, disse o senador Marcos do Val (Podemos-ES) durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID desta quarta-feira (7/7). O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), reclamou que ele estava interrompendo o depoimento do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias.
Marcos do Val foi repreendido após comentar a fala de Dias sobre o envio de e-mails da empresa Davati Medical Supply para o Ministério da Saúde cobrando posicionamento quanto às tratativas da vacina AstraZeneca. “Eles estavam pressionando para que o governo emita o documento”, disse o parlamentar.
O relator, Renan Calheiros, e o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (REDE-PE), a quem o senador do Espírito Santo disse que se fantasiaria para conseguir falar, se irritaram com os comentários fora de hora de Marcos.
“O senador Marcos do Val vai substituir o advogado desse jeito. Ele está advogando”, afirmou Randolfe.
Marcos Rogério (DEM-RO) entrou em defesa de Marcos do Val e disse que Renan Calheiros só não permite observações de senadores que são da ‘oposição’.
Roberto Ferreira Dias foi acusado pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti, de ter pedido propina para a compra de 400 milhões de doses do imunizante. Segundo Dominguetti, o ex-diretor de Logística teria cobrado US$ 1 por dose.
Em depoimento à CPI, ele negou as acusações. “Nunca houve nenhum pedido meu a este senhor. O mesmo já reconheceu à CPI que nunca antes daquela data havia estado comigo. O senhor Dominguetti, que aqui nessa CPI foi constatado ser um picareta que tentava aplicar golpes em prefeituras e no Ministério da Saúde e durante sua audiência, deu mais uma prova de sua desonestidade”, afirmou Dias.